BEIRA Moçambique | |||||
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Protecção costeira: 80
hectares serão reflorestados na Beira O GABINETE das Zonas Verdes
da Beira está a produzir e a multiplicar milhares de casuarinas na Casa Agrária
de Inhamízua, arredores da capital provincial de Sofala para o
reflorestamento de mais de 80 hectares de costa marítima devastados devido
à destruição do mangal, acção que vem sendo praticada há vários anos
colocando em período a integridade física daquela urbe. A reposição do
mangal não só visa travar o avanço do mar sobre a cidade, como também
garantir a reposição do ecossistema marítimo, igualmente em perigo
devido ao corte maciço do mangal para lenha, carvão e construção de
casas precárias. Quisito Trabuco, director
daquele organismo, disse à nossa Reportagem que presentemente as primeiras
mudas deverão ser plantadas no banco de areia em Ndjalane, no posto
administrativo de Nhangau, onde deverão ser reflorestados cerca de 10
hectares. Para além desta acção,
estão em fase de crescimento 3,5 hectares de mangal na região de Nhangau,
que deverão ser acrescidos a mais de l .5 hectares previstos para finais do
ano em curso. "Para além da defesa
da costa, este projecto visa também garantir a reconstituição do
ecossistema marinho, que foi e está sendo destruído, perigando o habitat
de aves, do camarão e outras espécies", disse a fonte. Trabuco acredita, no
entanto, que o reflorestamento dos 80 hectares destruídos não vai ser
tarefa fácil, mas espera que a comunidade também se envolva na prossecução
dos objectivos do projecto. A situação verifica-se
desde a foz do rio Púnguè até junto do limite com o rio Savane, no
distrito de Dondo. O referido programa, segundo o nosso entrevistado, foi
iniciado há alguns anos atrás pelo GERFFA, que é o Gabinete de Recursos
Florestais e Faunísticos, financiado pelo Fundo de Fomento Agrário num
valor não especificado. A destruição do mangal na
capital de Sofala está sendo bastante célere, embora a Direcção local de
Agricultura e Desenvolvimento Rural esteja actualmente a minimizar o facto
através da concessão de licenças a alguns citadinos. Diariamente dezenas de
metros cúbicos são destruídos para o fabrico do carvão, lenha e construção
de habitações, sobretudo as de pau-a-pique. Presentemente a situação
da protecção costeira da cidade da Beira continua a preocupar a edilidade,
apesar de existirem diversos projectos tendentes a minorar a situação. Na
zona costeira da Ponta-Gêa, Palmeiras I e II, Macúti e Estoril, o problema
da erosão nota-se não só ao longo da "Marginal", como
igualmente afecta muitas residências. O problema é mais grave
nas zonas de Ponta-Gêa e Palmeiras I e II onde na altura de maré alta a água
chega a galgar a estrada. Entretanto, o Conselho
Municipal da Beira, em coordenação com algumas ONG's, levou a cabo algumas
acções de combate à erosão, através da construção de acessos de
travessia das dunas, reabilitação de paredões, reflorestamento da orla
marítima, entre outras, estando ainda algumas em curso. NOTÍCIAS, 12-12-2002
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